sábado, 26 de setembro de 2009

Depois de varias horas de espera consegui subir finalmente no onibus para Dharamshala. Varias horas porque tive que deixar o hotel as 13:00 e quando comprei a passagem me falaram que o onibus saia as 16:00. Bom cheguei na agencia as 15:30 porque de la tinham que me pevar para o ponto. Ai fui descobrir que o onibus so saia as 17:00 e ninguem viria me buscar ate as 16:00. Bom, o que e meia hora de espera, certo? Passa a meia hora, passa 1 hora e so entao alguem aparece. Chegamos no ponto as 16:45. Bom, nao e um ponto, e uma calcada e o onibus para ali e pronto. Bem, mas tudo na India atrasa e o onibus que deveria passar as 17:00 nao chegava. E comeca a dar vontade de ir no banheiro. Sorte minha que nao fui a unica. Me juntei a duas israelis e la fomos nos em busca de algum banheiro. Demos com um banheiro publico. Ja da porta o cheiro era tao forte que dava vontade de vomitar. A mais corajosa de nos perguntou a uma indiana que estava parada ali perto, que nos apontou umas portas. As portas eram casas. Com a maior cara perguntamos se nao nos deixavam usar o banheiro. Isso gerou uma pequena discussao, mas as portas no final foram abertas e os indianos ganharam a historia da vida ao deixar que tres estrangeiras usassem o banheiro. Quando voltamos ao "ponto", o onibus ja estava la com nossas coisas e todo mundo dentro, so nos esperando.
Assim comecaram as 12 longas horas de viagem a Dharamshala. O calor dentro do onibus era quase insuportavel Todas as janelas abertas e as caras para fora, como cachorros. Em algumas horas sentia meu rosto tao sujo e gosmento que temi que se quebrara como uma mascara com a proxima piscada.
Um comentario sobre pegar onibus na India. Pode ser algo muito complicado. Quando te vendem a passagem te dao um ticket, como em qualquer outro lugar. Certo, so que ao subir no onibus exigem que voce entregue esse ticket. O que nao teria problema se os indianos nao fizessem over booking normalmente. E claro, fica voce, dentro de um onibus sem um ticket que prove que voce pagou por aquele lugar, e sem o ticket eles podem te mover daqui para la como um peao, ate voce ir parar la no fundao (devo dizer que sacode demais!). Nos juntamos todos os estrangeiros numa complicacao geral para entregar tao valiosos papeizinhos. So o fizemos quando conseguimos a palavra e o cartao pessoal do responsavel da companhia e a promessa de que ninguem seria trocado de lugar.
Viajar de onibus na India, mesmo de madrugada, e toda uma historia. Nao ha um minuto de silencio. Buzinas incansaveis soam aqui e acola. E uma forma de saudacao e nao sera dificil ver algum caminhao com os dizeres "Horn please" ou "Blow the horn", deixando bastante clara a posicao dos indianos em relacao ao "suicidar-se" numa aventura pelas estradas indianas.
A vantagem de que o onibus tenha saido tarde e que quando chegamos a Dharamshala ja estava claro. Minha primeira intencao era ir a mesma guest house que fiquei da ultima vez que vim. Mas acabei compartilhando um rickshaw com um australiano e subindo ao proximo povoado, Bhagsu, porque supostamente e mais tranquilo. Bom, supostamente nao, me verdade que e mais tranquilo, mas apos ver alguns quartos e nao gostar peguei outro rickshaw e voltei para Dharamshala e a Pawan House, a guest house da ultima vez.
Ai tive a oportunidade de fazer minha grande primeira negociacao. Da ultima vez que vim paguei 150 num quarto duplo e o pessoal que conhecemos no onibus pagou 100 rupias nos de solteiro. Bom, queriam me cobrar 300 rupias no de solteiro. Ri e comentei que o preco tinha subido demais. Ah, mas subiram tambem os impostos, me disseram. Apos uma longa conversa consegui, sob promessa de nao contar a ninguem, que me cobrassem 150 rupias. Eram as 8 da manha. Tive que esperar ate as 12:30 para poder entrar. Mas valeu a pena chegar num quarto grande e limpo, com um banheiro decente, televisao e uma vista espetacular.
Que lindos sao os tibetanos, sempre com um sorriso nas bochechas rosadas. Sempre com um djapa mala na mao. No meio da rua se pode escutar mantras tocando e voce entra no clima, querendo ou nao, pois antes que perceba esta repetindo o mantra que escutou (geralmente OM Mani Padme Hum) na sua cabeca.
O dia amanheceu nublado. Uma neblina branca e baixa, nao se pode ver o topo das montanhas. Algumas casas coloridas se deixam entrever pela branca cortina, junto com as bandeirinhas tibetanas que bailam ao vento com milhares de pedidos e preces. O ceu ruge, os corvos cantam e um aguia paira no ar observando tudo desde cima.

4 comentários:

fios da terra disse...

que lindo o seu quarto e sua vista e o lugar tranquilo que voce escolheu!!!!

fios da terra disse...

Minha filhinha querida
Enqto vc ta ai viajando, vou olhando junto ta? Aproveite a internet pra entrar nos sites e aprender o que voce náo compreende pessoalmente, como um reforço na sua viagem. Pesquise lugares pra conhecer, outros hotéis pra comparar serviços e preços, principalmente dicas. A internet é praticamente um milagre na nossa existencia. Imagine quando eu viajava pelo mundo ha 30 anos atras qdo nem se cojitava num negócio chamado celular muito menos internet.
Portanto aproveite em todos os sentidos,
beijáo

Guido Michaelis disse...

Ahhhh que linda :D
Aproveita bem, Ninizinha! Quero fotos, muitas!!

Anônimo disse...

Oi querida!
Puxa, quer dizer que até pegar um onibus na Índia é uma aventura?
Só de curiosidade: eu achava que o transporte principal, aí, era o trem. Ou será que não tem trem de Delhi para Dharamshala?

Que bob que você conseguiu um quarto que você goste: grande e limpo. E com vista.

E concordo com a Nina. Vai sempre olhando... ouvindo... de repente se encontra coisas melhores. Casas de família talvez... sei lá...

Beijos mis,
Papi