domingo, 6 de setembro de 2009

Relações Humanas

Como pode ser que a felicidade não chegue assim, imediata, quando (e se) finalmente encontramos nosso príncipe encantado? Nós, mulheres, fomos criadas aprendendo que a felicidade viria ao encontrá-lo. Não foi isso que aprendemos (ainda que por osmose) ao brincar de Barbie e Ken, ver a Bela e a Fera, Cinderela, Branca de neve, A pequena sereia e sei lá mais o que enquanto os meninos brincavam de carrinho e guerra lá fora?
Pois parece estranho que, seguindo o conceito de toda essa criação, não tenhamos encontrado a felicidade nem com o primeiro, nem com o segundo e nem com o terceiro amor. Talvez com esse, um pouco mais, talvez seja o homem certo, mas a felicidade parece não ser completa. Ainda estão as brigas por coisas tontas e nem tão tontas assim.
Imagino que todos nós, quando nascemos, somos como uma caixa vazia. Para quem acredita em vidas passadas, será uma caixa vazia mas com fundo falso. Sob esse fundo falso, desconhecido por nós, se escondem todas as experiências e traumas de outras vidas. Para quem não acredita nelas, pois imaginemos uma caixa vazia de todo.
Pouco a pouco vamos enchendo a caixa. Primeiro de sensações. Frio, calor, fome. Pouco a pouco vão chegando as emoções, amor, raiva, felicidade, tristeza. Depois vão nos metendo uma série de informações conturbadas, temos nossos primeiros medos, preconceitos, traumas. E criamos uma carapaça para nos proteger. Para tentar proteger aquela mesma caixa que antes estava vazia e agora já transborda.
Transborda tanto que é difícil lidar e ter paciência para o conteúdo interno de outras pessoas. Não somos mais que caixas transbordantes, incapazes de esvaziar o que tem dentro. Entãos surgem as brigas dos egos, cada um tentando proteger o conteúdo de sua caixa, guardado como um tesouro por tanto tempo.
Assim somo nós, homens. Até que entandamos que a felicidade não chegará através de um príncipe encantado. Não chegará através do conteúdo da caixa de terceiros. Chegará quando, e somente quando, esvaziarmos nossas caixas, descobrirmos o fundo falso, descobrirmos também o que está lá, aprendendo sobre cada momento, sentimento, emoção ou sensações guardados e depois jogando-os fora. Só assim seremos livres.
E felizes.

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