terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A criaçao

O pensamento de escrever um blog me ocorreu hoje, no trem, ipod tocando, vindo pro trabalho. Sempre quis escrever, idéias nao faltam, o que falta é prática, e finalmente, pensei, que talvez um blog fosse uma boa experiência.
Pensei em um trilhão de coisas, das quais, por não ter papel e caneta em mãos, acho que não lembro mais de nenhuma. Mas como já disse, idéias não faltam.
Algumas pessoas me dizem que vivo no mundo da lua. Não, vivo nesse mundo mesmo. Nesse e em mais alguns. Vivo em milhares de possibilidades para o momento presente. Vivo com memórias do passado, memórias de eventos reais, mas também de eventos imaginários. Vivo num mundo meu, mas criado a partir desse. A imaginção nos faz livres. Posso estar em um trem, fisicamente, mas quem sabe, só de olhar, onde realmente estou? Talvez em lugares que conheci, ou lugares desconhecidos, de céus verdes e águas vermelhas. Quem sabe?
Gosto de sentir o momento. Adoro sentir o vento tocando meu rosto e embaraçando meu cabelo (tá, talvez essa parte não seja tão boa para um cabelo rebelde como o meu, mas a sensação segue sendo ótima). Gosto de sentir a chuva, molhando, limpando a alma. Adoro ouvir o rugido do mar e o som dos trovões. Acho que são formas da natureza nos lembrar que está ali, e que fazemos parte dela.
Sim, porque quantos de nós prestamos atenção naquela árvore encurvada da esquina? Naquela em que cada mínimo milímetro fez uma força descomunal para crescer, indo contra a força da gravidade. Na pequena flor que nasce no meio do cimento, sabe-se lá surgida de onde. Ou entao no céu tocando o mar, espelhando-se, confundindo-se. Enfim, em cada momento, em cada respiro, em cada sorriso.
Assim que hoje, no trem, escutando música, olhei para as pessoas ao meu redor e só vi máscaras. Alguns sorrindo, outros sérios, outros como eu, tendo como companhia a solidão de um mp4. Mas dentro, lá dentro, fui incapaz de ver o que eram. Ou o que sentiam. Aquela mulher, tão séria, com o dedão machucado, estaria pensando em seus problemas, ou lembrando de momentos felizes? A menina, dormindo a seu lado, com que sonharia? Ou o homem, ao meu lado, movendo-se nervosamente, estaria prestes a ter uma importante reunião de negócios, ou seria sempre assim?
Me pergunto se todas essas perguntas passam na cabeça de todos nós, incapazes de estarmos sozinhos com nosso silêncio interior. Ou não, talvez sejam loucuras da minha cabeça, e sendo assim, por que não compartí-las....?

2 comentários:

fios da terra disse...

ótima idéia sua em fazer um blog. Muy buena mismo.

Andre disse...

Tomar consciência do que se sente... de experiências passadas... dos sentimentos do momento presente...

Não é a isso que se dá o nome de psique-analise?

E eu amo muito essa minha querida auto-psique-analisanda...